Vivemos a Era da razão, onde a racionalidade é um guia para lidarmos com as nossas vidas. Após ler o livro Zanoni, tive alguns insights sobre a influência do Iluminismo nos problemas que temos hoje. Não irei criticar o iluminismo, mas a Nova Inquisição em que nos encontramos e sobre um problema oculto que quase não vejo falarem: Inteligência Emocional.
O Iluminismo foi, sem dúvida, um dos maiores movimentos já realizados e que molda toda a nossa sociedade hoje. Como cientista, eu agradeço. No entanto, percebi que a leviandade de alguns círculos de pessoas acaba sendo reducionista demais e isso traz um problema para a sociedade, que é rejeitar as próprias emoções.
É notório o quão ignorantes as pessoas são sobre a sua própria inteligência emocional. Enquanto os ditos “céticos” imputam no esoterismo e nas filosofias místicas algum tipo de descredibilidade, é nesse conhecimento que se baseia a busca da inteligência emocional do indivíduo. Ainda que não pareça óbvio, todo iniciado ou estudante praticante de magia acaba lidando com isso e percebe o seu amadurecimento progressivo.
A racionalidade exacerbada faz com que os “céticos” rejeitem suas impressões ou intuição por preconceito. Não os julgo, pois o esoterismo se prostituiu, assim como a ciência. É verdade que os iluministas não eram ateus, pois eles acreditavam que era possível chegar até Deus através da razão. Em grande parte, as ordens iniciáticas usam a razão em seus ensinamentos. Porém, chegamos ao século 21 e o cientificismo toma conta daqueles que se julgam superiores por possuírem um diploma. Quantas vezes já vi ataques às “pseudociências” onde o atacante é completamente ignorante no assunto.
Existe uma linha muito tênue entre a imbecilidade e a soberba. Também há uma linha muito tênue entre a superstição e a exploração abstrata dos símbolos e seus impactos subjetivos. Não podemos negligenciar o conhecimento que ensina um estilo de vida ou uma filosofia que faz do ser uma pessoa melhor. Os estoicos possuem um modo de viver e eles se aproximam, de certa forma, de muitas formas de viver de místicos e dos tratados de ocultismo.
Essa rejeição por parte do cientificismo faz com que as pessoas não olhem para dentro, isto é, elas não se importam em tomar consciência de si e de suas emoções. Abandonam todos os sinais que o corpo lhes dá, a ira, a raiva, os medos, a ansiedade, a frustração, etc… todas possuem sensações físicas. Muitas dessas práticas já são reconhecidas pela ciência. A ciência não está aqui para validar nada, está aqui para compreender, entender os mecanismos para poder replicar. A magia possui métodos, embora não haja uma compreensão sobre seu mecanismo de ação, ela funciona. A magia não quer ser pseudociência porque ela não precisa da validação cientifica para ser o que ela é. De igual forma, a ciência não está aqui para invalidar a magia e suas práticas, quem faz isso são as pessoas que, por preconceito, usam da sagrada ciência para rejeitar e suprimir determinadas condutas.
É necessário que o indivíduo olhe para si, sinta o corpo, entenda suas emoções. É preciso se abrir às experiências do desconhecido e provar por si mesmo. Geralmente, as práticas místicas implicam em disciplina e isso acarreta em um estilo de vida regrado, impactando o sistema de recompensa. Apesar de podermos explicar vários efeitos de forma científica, a questão é que isso já era praticado desde muito tempo. Ou seja, não é necessário esperar a validação para praticar o que já sabemos que funciona. Se entender, conhecer a si mesmo é chave fundamental para viver melhor, implicando em qualidade de vida.