Os 3 Poderes do Mago

O mago é um arquétipo poderoso dentro do Tarot, representando os três poderes essenciais que moldam a vida e influenciam o fluxo das energias.

Primeiramente, a Vontade é o atributo chave do mago. Ele possui um impulso interno capaz de mover as energias ao seu redor, direcionando-as de acordo com sua determinação e intenção. Essa vontade é o fator primordial para desencadear transformações e alcançar metas.

Em seguida, temos a Sacerdotisa, o segundo arcano do Tarot. Ela simboliza a dualidade presente na mente humana, a combinação harmoniosa entre razão e emoção. A Sacerdotisa representa o poder do inconsciente, os segredos profundos que residem em cada indivíduo. Ela é capaz de acessar e utilizar essas forças invisíveis para orientar suas ações de maneira sábia e intuitiva.

Por último, temos a Imperatriz, terceiro arcano do Tarot. A Imperatriz é um símbolo de fertilidade, imaginação e criatividade. Ela representa a capacidade de materializar sonhos e projetos, trazendo à existência o que antes apenas existia na mente. A Imperatriz está conectada com a abundância, a natureza e a manifestação concreta de ideias e desejos.

Em resumo, os três poderes do mago são a Vontade, a dualidade entre razão e emoção representada pela Sacerdotisa, e a capacidade de imaginar, criar e materializar, personificada pela Imperatriz. Juntos, esses poderes se entrelaçam para dotar o mago de uma sabedoria e habilidades extraordinárias.

Despertando a Sabedoria Interior na Jornada do Autoconhecimento

Embora nossa busca por significado seja inata, muitas vezes nos encontramos imersos na rotina, obscurecidos pela névoa do dia a dia. No entanto, há uma jornada que transcende o comum, uma jornada que nos leva a explorar os recantos mais profundos de nossa própria existência: a jornada do autoconhecimento.

Nessa jornada, somos convidados a olhar para dentro de nós mesmos, como se encarássemos um espelho mágico que reflete não apenas nossa aparência física, mas também nossa essência interior. É um ato de coragem, pois nos confrontamos com nossos medos, traumas e imperfeições. Mas é nesse confronto que encontramos nossa verdadeira força.

À medida que mergulhamos mais fundo, começamos a reconhecer nossos valores, paixões e nosso propósito na vida. A jornada nos capacita a viver de forma autêntica, alinhados com nossa verdade interior, deixando para trás as máscaras que usamos para nos encaixar em padrões sociais.

Mas o autoconhecimento não é apenas sobre descobrir nosso melhor eu; é também sobre aceitar nossas sombras. Todos nós carregamos partes menos luminosas, aspectos que preferiríamos esconder. No entanto, ao abraçar essas partes, encontramos a verdadeira cura e transformação.

À medida que a jornada avança, começamos a acessar a sabedoria interior que reside em cada um de nós. Essa sabedoria é uma fonte inesgotável de orientação e inspiração. Ela nos ajuda a tomar decisões mais alinhadas com nosso propósito e a enfrentar os desafios da vida com sabedoria e compaixão.

A jornada do autoconhecimento é infinita, uma busca que dura toda a vida. É uma jornada que nos torna mais humanos, mais autênticos e mais conectados com o universo que nos cerca. À medida que nos aprofundamos nessa jornada, encontramos não apenas a nós mesmos, mas também um profundo senso de paz e significado. Cada passo nos leva mais perto da verdade que reside em nosso coração.

Esta jornada não é para os fracos de coração, mas para os corajosos buscadores da verdade. É uma viagem interior, uma exploração das profundezas de nossa própria alma. É a jornada do autoconhecimento, e é uma jornada que vale a pena ser trilhada.

Razão versus Emoção

Vivemos a Era da razão, onde a racionalidade é um guia para lidarmos com as nossas vidas. Após ler o livro Zanoni, tive alguns insights sobre a influência do Iluminismo nos problemas que temos hoje. Não irei criticar o iluminismo, mas a Nova Inquisição em que nos encontramos e sobre um problema oculto que quase não vejo falarem: Inteligência Emocional.

O Iluminismo foi, sem dúvida, um dos maiores movimentos já realizados e que molda toda a nossa sociedade hoje. Como cientista, eu agradeço. No entanto, percebi que a leviandade de alguns círculos de pessoas acaba sendo reducionista demais e isso traz um problema para a sociedade, que é rejeitar as próprias emoções.

É notório o quão ignorantes as pessoas são sobre a sua própria inteligência emocional. Enquanto os ditos “céticos” imputam no esoterismo e nas filosofias místicas algum tipo de descredibilidade, é nesse conhecimento que se baseia a busca da inteligência emocional do indivíduo. Ainda que não pareça óbvio, todo iniciado ou estudante praticante de magia acaba lidando com isso e percebe o seu amadurecimento progressivo.

A racionalidade exacerbada faz com que os “céticos” rejeitem suas impressões ou intuição por preconceito. Não os julgo, pois o esoterismo se prostituiu, assim como a ciência. É verdade que os iluministas não eram ateus, pois eles acreditavam que era possível chegar até Deus através da razão. Em grande parte, as ordens iniciáticas usam a razão em seus ensinamentos. Porém, chegamos ao século 21 e o cientificismo toma conta daqueles que se julgam superiores por possuírem um diploma. Quantas vezes já vi ataques às “pseudociências” onde o atacante é completamente ignorante no assunto.

Existe uma linha muito tênue entre a imbecilidade e a soberba. Também há uma linha muito tênue entre a superstição e a exploração abstrata dos símbolos e seus impactos subjetivos. Não podemos negligenciar o conhecimento que ensina um estilo de vida ou uma filosofia que faz do ser uma pessoa melhor. Os estoicos possuem um modo de viver e eles se aproximam, de certa forma, de muitas formas de viver de místicos e dos tratados de ocultismo.

Essa rejeição por parte do cientificismo faz com que as pessoas não olhem para dentro, isto é, elas não se importam em tomar consciência de si e de suas emoções. Abandonam todos os sinais que o corpo lhes dá, a ira, a raiva, os medos, a ansiedade, a frustração, etc… todas possuem sensações físicas. Muitas dessas práticas já são reconhecidas pela ciência. A ciência não está aqui para validar nada, está aqui para compreender, entender os mecanismos para poder replicar. A magia possui métodos, embora não haja uma compreensão sobre seu mecanismo de ação, ela funciona. A magia não quer ser pseudociência porque ela não precisa da validação cientifica para ser o que ela é. De igual forma, a ciência não está aqui para invalidar a magia e suas práticas, quem faz isso são as pessoas que, por preconceito, usam da sagrada ciência para rejeitar e suprimir determinadas condutas.

É necessário que o indivíduo olhe para si, sinta o corpo, entenda suas emoções. É preciso se abrir às experiências do desconhecido e provar por si mesmo. Geralmente, as práticas místicas implicam em disciplina e isso acarreta em um estilo de vida regrado, impactando o sistema de recompensa. Apesar de podermos explicar vários efeitos de forma científica, a questão é que isso já era praticado desde muito tempo. Ou seja, não é necessário esperar a validação para praticar o que já sabemos que funciona. Se entender, conhecer a si mesmo é chave fundamental para viver melhor, implicando em qualidade de vida.

O que é a elevação espiritual?

Embora o tema seja amplamente conhecido nos círculos esotéricos e religiosos, parece ser um pouco nebuloso e não tão claro como poderia imaginar-se. O senso comum leva-nos a pensar que um ser espiritualmente elevado seja um santo, puro de quaisquer defeitos humanos. No entanto, a nossa condição humana prende-nos a essa camada de experiência e é impossível atingirmos essa idealização.

A nossa experiência como humanos nos proporciona diversos cenários, onde lidamos com os nossos pensamentos, emoções e necessidades fisiológicas. O que faz do ser humano a necessidade de se elevar espiritualmente? Talvez seja apenas um capricho, ou talvez seja uma necessidade evolutiva que desconhecemos.

Sem entrar no campo antropológico ou teológico, a elevação espiritual poderia ser o estágio mais elevado que uma consciência animal poderia alcançar, aspirando à beleza e idealização do ser. No misticismo, ou em escolas de magia, a elevação espiritual possui um papel mais digno, tentando fazer do homem, que é essencialmente animal, um ser civilizado capaz de entrar em harmonia com o seu ambiente. A busca incessante por uma utopia civilizatória sempre esteve presente no ser humano, e ela serve para que possamos avançar. A elevação espiritual não serve para reprimir nossa natureza, mas sim para nos guiar em direção a um ideal de ser humano. Mas quem criou essa idealização?

Penso que não importa muito a origem da idealização humana. De qualquer forma, sempre buscamos ser melhores do que já fomos, pois também buscamos o equilíbrio. Somente quem já experimentou um estado de equilíbrio possui essa forma de busca, pois sabendo como é, tenta de todas as formas voltar a viver tal estado. Talvez eu tenha dito isso somente para justificar aquelas opiniões contraditórias.

Na minha concepção de elevação espiritual, buscamos entender quem somos, compreender nossa natureza animal e harmonizar nossos impulsos, desejos mais fervorosos com uma ferramenta que temos em mãos: a Vontade e a Disciplina. Afinal, se temos isso dentro de nós, é porque também faz parte da nossa natureza e então decidimos qual caminho desejamos tomar: (1) o caminho de sermos apenas reativos ou (2) sermos ativos perante as circunstâncias que nos permeiam, seja externas ou internas.

Quando falo de elevação espiritual, estou me referindo a um instinto natural de sermos melhores do que já somos, buscando as virtudes que os antigos filósofos já tratavam, que são as qualidades mais positivas que os seres humanos trazem consigo. Elevação espiritual não se trata de uma falsa moralidade ou uma hipocrisia advinda de uma repressão. Tais pessoas usam métodos falhos para encontrar o mesmo objetivo e, como consequência, acabam sendo o que são: julgadores, censores alheios e trazem mais maldade à Terra.

Buscar uma elevação espiritual trata-se de ser um ser humano autoconsciente, senhor e mestre de si mesmo, com autoconhecimento e sabedoria. Um ser espiritualmente elevado é o arquétipo do Mago, pois ele ainda é um ser falho, não é divindade, não é divino, não é pura luz e é apenas o Arcano 1 da jornada. Ser elevado espiritualmente é um estado de ser, de estar acima do seu lado mais animalesco.

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